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11/01/2017

CASE STUDY: Trumpologia (5) - O Donald talvez não caiba na caixinha em que o querem meter

Mais trumpologia.

Acredito que seja possível considerar Trump uma má escolha dos americanos para presidente do States (a de Hillary Clinton também não seria uma boa escolha) e isso não nos obrigar a dizer desconchavos a respeito do homem.

Por exemplo, dizer que o homem não sabe escolher gente capaz, quando escolhe o seu genro Jared Kushner, um judeu ortodoxo, licenciado por Harvard, para conselheiro principal, uma criatura que foi capaz de por ordem na caserna caótica de Trump durante a campanha e na transição, que, por acaso, faz parte de uma proeminente família ligada ao partido Democrata, ele próprio democrata desde sempre, liberal em questões sociais e de quem Bill de Blasio, mayor de Nova Iorque e um darling democrata, diz que «respeita muito (e) conhece há anos e considera-o uma pessoa muito razoável». (fonte)

Percebe-se que seja pouco canónico e susceptível de ser classificado como nepotismo nomear um genro como conselheiro. A não ser que se ache ter sido aceitável um presidente democrata (JFK) ter nomeado o irmão Robert procurador geral, ou outro presidente democrata (Bill Clinton) ter nomeado a sua mulher para tratar da Saúde Pública.

Em vez do irmão, Trump nomeou procurador geral Jeff Sessions, senador do Alabama, que está agora em audição no senado, onde já disse que não seria «a mere rubber stamp», o que qualquer outro também diria, e outras coisas talvez inesperadas considerando quem o nomeia, tais como: não apoia a expulsão dos muçulmanos dos EU; devido ao que disse na campanha, recusaria investigar Hillary Clinton; apesar de ter defendido o waterboarding, considera que actualmente a lei o torna absolutamente ilegal.

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